quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Modelo de negócio das turbinas reversíveis


Barragem do Alqueva

Se as novas barragens com capacidade de bombagem a construir em Portugal vão custar cerca de €5 mil milhões e não vão gerar electricidade apreciável a pergunta que se coloca naturalmente é, qual o seu modelo de negócio?

A viabilidade económica dos novos projectos está naturalmente na bombagem. As barragens vão turbinar a água da albufeira nas horas de pico e preço elevado e bombar a água de volta nas horas de vazio e preço mais reduzido. E o preço de revenda terá de ser necessariamente 1/3 superior ao da compra para compensar a perda de 1/4 no processo de bombagem. O modelo não parece ser difícil de concretizar.

A bombagem será feita, sobretudo, consumindo energia eólica e as turbinas têm o dom de produzir quando menos é preciso (Inverno e noites) e portanto a preço mais baixo. Os dias 6 e 8 de Janeiro deste ano são um bom exemplo. A maioria da exportação foi feita a preços inferiores a €10/MWh e a maior parte das importações custou acima de €40/MWh. Usando estes valores como referência pode-se dizer que a concessionária da barragem compra o MWh a €13,3 (10/0,75) e revende a €40.

Infelizmente, para os consumidores o custo não é proporcional. O MWh eólico comprado pela barragem para bombagem era pago, nos dias de hoje, a mais de €90 através de tarifas feed-in. No dia seguinte é colocado no mercado a €40. Quando chegasse ao consumidor o preço seria, no Inverno passado, de €120 (90-10+40).

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