quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Testes alemães em CCS adiados

Unidade alemã de teste de CCS
O Bundesrat, representante dos 16 estados federais alemães, chumbou um projecto de lei do governo central para permitir o teste da captura e armazenamento de dióxido de carbono no subsolo, em inglês carbon capture and storage (CCS), emitido pelas centrais termoeléctricas.

As reservas do Bundesrat prendem-se com as consequências nefastas de uma possível fuga de gás armazenada, ainda por cima nas concentrações que o CCS naturalmente vai gerar. O medo do Bundesrat faz sentido. O CCS, também testado nos EUA, mas ainda não industrializado, é a esperança europeia, mas também chinesa, para a continuação da utilização de centrais termoeléctricas para produção eléctrica. Na minha opinião, como detalharei oportunamente noutro post, o CCS é uma das mais grosseiras e idiotas soluções tecnológicas das últimas décadas. É uma fuga desesperada à evidência de que a energia nuclear é incontornável em países desenvolvidos.

A Alemanha é um dos países mais interessados no sucesso do CCS. Porque se encerrar as suas centrais nucleares em 2022 vai precisar de incrementar proporcionalmente o seu parque termoeléctrico. E porque o único combustível fóssil de que tem reservas apreciáveis é o bastante poluidor carvão castanho.

Mina de carvão castanho na Alemanha
Sem CCS, a produção de electricidade com carvão deixará de ser comercialmente competitiva, em virtude da necessidade de adquirir créditos de carbono. Pode até deixar de ser legalmente possível se a emissão de créditos continuar a ser reduzida a ponto de não existir suficiente quantidade no mercado para transaccionar.

Sem carvão e sem nuclear a Alemanha fica perigosamente dependente do gás natural vindo da Rússia, nomeadamente através do recém-inaugurado gasoduto Nord Stream, e do futuro gás shale polaco. Mas aparentemente isso é menos preocupante do que os perigos de uma indústria que nunca matou nenhum alemão, ao contrário da bastante mais popular agricultura biológica

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