terça-feira, 27 de setembro de 2011

Álvaro admite nuclear

O Ministro da Economia Santos Pereira, ou Álvaro como ele pediu para ser chamado quando iniciou funções, foi o convidado central do programa da RTP Pós e Contras de dia 26 de Setembro. Não vi o programa todo mas apanhei a referência do Ministro a dois assuntos que estão no âmbito deste blog. Foi na segunda parte do programa e pode ser visualizado aqui. Gostei bastante de ouvir Santos Pereira e concordo com a sua visão.

1. Ferrovia
O governo vai avançar com a construção de duas linhas internacionais para transporte de carga em bitola europeia. Uma a sair de Sines e outra a sair de Aveiro. Segundo Santos Pereira, a União Europeia já deu o aval para que os fundos destinados ao TGV sejam transferidos para estas duas obras. O transporte de mercadorias em ferrovia vai permitir baixar os custos de transporte da nossa indústria exportadora e ao mesmo tempo potenciar a actividade logística dos nossos portos. A partir de 2014, quando a expansão do Canal do Panamá permitir que navios de dimensões superiores à Panamax o atravessem, o potencial de movimentos nos portos nacionais será alargado. Estas linhas vão dar-lhes maior capacidade de escoamento e torná-los por isso mais competitivos para captar esse tráfego marítimo.

2. Política Energética

Embora se tenha escusado a desenvolver e até tenha mudado de tema Santos Pereira não renunciou à existência de centrais nucleares em Portugal no futuro. Esta é uma viragem impressionante face à posição obtusa do anterior governo nesta matéria e que já tinha comentado aqui. Santos Pereira também avançou que irá haver novidades no sector até 15 de Outubro dado que se nada for feito o preço da electricidade em 2012 aumentará 30% para clientes domésticos e 55% para as empresas, que classificou como incomportável. Relembre-se que há pouco tempo a ERSE já tinha avisado sobre esta consequência. Para tal Santos Pereira tem vindo a encetar conversações com produtores em regime especial, quer de renováveis quer de cogeração. O objectivo é reduzir os incentivos dados o que tem deixado o sector renovável extremamente nervoso.

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