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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Comboios ingleses mais amigos do ambiente

A Network Rail é a empresa responsável pela gestão da rede ferroviária inglesa e também o maior consumidor de electricidade do Reino Unido. Actualmente apenas 40% da rede está electrificada mas esse valor deverá subir para 54% em 2020 a que corresponderá passar de 55% para 75% do tráfego.

No passado dia 11/01 a Network Rail assinou um contrato de fornecimento de energia eléctrica com a francesa EDF para os próximos dez anos que permite à Network Rail orçamentar melhor os custos com electricidade graças a uma maior estabilidade no preço de compra. Mais mais interessante, e que me fez partilhar  a notícia, é o facto do acordo estar ao abrigo do programa EDF blue energy
Com o programa EDF blue energy, disponível para empresas ou particulares, a utility francesa garante que toda a electricidade fornecida tem fonte nuclear. Do parque electroprodutor da EDF na Grã-Bertanha também fazem parte centrais a carvão e torres eólicas mas toda a energia eléctrica que a Network Rail consumir virá de centrais nucleares.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Álvaro admite nuclear

O Ministro da Economia Santos Pereira, ou Álvaro como ele pediu para ser chamado quando iniciou funções, foi o convidado central do programa da RTP Pós e Contras de dia 26 de Setembro. Não vi o programa todo mas apanhei a referência do Ministro a dois assuntos que estão no âmbito deste blog. Foi na segunda parte do programa e pode ser visualizado aqui. Gostei bastante de ouvir Santos Pereira e concordo com a sua visão.

1. Ferrovia
O governo vai avançar com a construção de duas linhas internacionais para transporte de carga em bitola europeia. Uma a sair de Sines e outra a sair de Aveiro. Segundo Santos Pereira, a União Europeia já deu o aval para que os fundos destinados ao TGV sejam transferidos para estas duas obras. O transporte de mercadorias em ferrovia vai permitir baixar os custos de transporte da nossa indústria exportadora e ao mesmo tempo potenciar a actividade logística dos nossos portos. A partir de 2014, quando a expansão do Canal do Panamá permitir que navios de dimensões superiores à Panamax o atravessem, o potencial de movimentos nos portos nacionais será alargado. Estas linhas vão dar-lhes maior capacidade de escoamento e torná-los por isso mais competitivos para captar esse tráfego marítimo.

2. Política Energética

Embora se tenha escusado a desenvolver e até tenha mudado de tema Santos Pereira não renunciou à existência de centrais nucleares em Portugal no futuro. Esta é uma viragem impressionante face à posição obtusa do anterior governo nesta matéria e que já tinha comentado aqui. Santos Pereira também avançou que irá haver novidades no sector até 15 de Outubro dado que se nada for feito o preço da electricidade em 2012 aumentará 30% para clientes domésticos e 55% para as empresas, que classificou como incomportável. Relembre-se que há pouco tempo a ERSE já tinha avisado sobre esta consequência. Para tal Santos Pereira tem vindo a encetar conversações com produtores em regime especial, quer de renováveis quer de cogeração. O objectivo é reduzir os incentivos dados o que tem deixado o sector renovável extremamente nervoso.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

TGV, ou é ou não é

Destino final - Poceirão
Diz o Público que o governo, pressionado por Bruxelas e Madrid, admite avançar com o TGV mas só com uma linha. Eu digo, vamos ser alvo de chacota internacional. Pela linha única? Claro que não. Pelo facto da linha terminar no Poceirão. A menos que o governo aprove simultaneamente a ligação Lisboa-Poceirão, que pode obrigar a uma terceira via sobre o Tejo na região de Lisboa, a ligação da margem sul ao Caia é idiota.

As experiências do comboio de alta velocidade em França, Japão, Alemanha, Espanha ou, mais recentemente, na China têm mostrado que, em distâncias até aos 750 km, a ferrovia de alta velocidade, ou high speed rail (HSR) pode ser competitiva face ao transporte aéreo. A China até inaugurou recentemente a linha Pequim-Xangai com 1.300 km de distância. Apesar de circular a cerca de 1/3 da velocidade de uma aeronave de passageiros, parte normalmente do centro das cidades e o processo de embarque é mais rápido o que se traduz em viagens de igual duração. E o comboio tem as vantagens de não restringir tanto peso das bagagens, oferecer mais conforto e menor impacte ambiental.

Claro que é necessário que haja procura para viabilizar o investimento e evitar casos como os que já aconteceram em Espanha com o encerramento de linhas de alta velocidade por falta de passageiros. Esse é um dos aspectos que se aponta contra o projecto entre as capitais ibéricas mas sobre o qual não me debrucei pelo que não posso comentar. Agora, aquilo que é óbvio é que uma linha de alta velocidade Poceirão-Madrid será uma risada franca. Ainda para mais quando Lisboa tem um dos aeroportos europeus mais próximos do centro da cidade. Quem é que se vai dar ao trabalho de ir ao Poceirão apanhar o TGV para Madrid? Só os mais ferrenhos entusiastas do transporte ferroviário!

Apeser de tudo o Ministro Santos Pereira revela bom senso quando insiste na prioridade que pretende dar ao transporte internacional ferroviário de mercadorias.