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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Instituto alemão confirma injustiça da microgeração

O blogue NoTricksZone divulgou um estudo do Cologne Institute for Economic Research (IW) que confirma aquilo que já tinha denunciado aqui e que é óbvio para alguém com bom senso: a microgeração eléctrica subsidiada com tarifas feed-in (tal como praticada na Alemanha ou Portugal) rouba aos pobres para dar aos ricos.

domingo, 25 de março de 2012

Lisboa na vanguarda verde?

O jornal Expresso noticiou na edição da semana passada que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) assinou um protocolo de cooperação com a agência governamental japonesa NEDO (New Energy and Industrial Technology Development Organization) para o desenvolvimento de projectos na área da gestão e eficiência energética. Entre as soluções a testar incluem-se naturalmente carro eléctrico, smart grids e edifícios inteligentes produtores de energia eléctrica. Previsivelmente a NEDO considera Lisboa uma parceira ideal para montar à escala de uma grande cidade projectos energéticos a maior parte deles altamente dispendiosos e pouco eficientes. Quase garantidamente o investimento ficará a cargo do município. Com que dinheiro seria interessante saber mas a CML já deu mostras de ter um wishful thinking na área da energia inabalável mesmo em alturas de austeridade.

É indiscutível que Lisboa é altamente apetecível para este tipo de experiências. Não só a gestão da cidade é favorável como Portugal é líder na integração de energias renováveis intermitentes e na instalação de postos de abastecimento para veículos eléctricos. Temos campo bem fértil para a plantação deste tipo de projectos. Que a colheita não é bem aquilo que Lisboa e o país precisa no campo e energético é menos relevante.

Dois conceitos fundamentais para a eficiência na Indústria são produção just in time e a economia de escala. O conceito de produção just in time (JIT), curiosamente aperfeiçoado no Japão, defende que a produção de um bem ou produto deve seguir o mais fielmente a procura sem necessidades de inventário ou armazenamento reduzindo por isso custos. A ideia de economia de escala é a de que o custo unitário de produção tende a diminuir com o aumento de unidades produzidas, dado que todas as empresas têm custos fixos independentes do seu output.

Estes são conceitos universais. Também já foram no sector eléctrico. Mas deixaram de ser com o advento das energias renováveis intermitentes e a microgeração. As renováveis intermitentes são a antítese do just in time e a microgeração é a negação das economias de escala. No entanto, é isso que a NEDO vai propor aos lisboetas.

Não contesto e reconheço que se pode fazer mais em eficiência energética de edifícios. Reconheço virtudes de um sistema de rede de distribuição mais inteligente. Mas querer desenvolver sistemas de armazenamento de energia eléctrica nos quais a divulgação do carro eléctrico se insere não faz sentido do ponto de vista técnico e ofende qualquer lógica económica. Da mesma forma pretender que edifícios urbanos produzam energia eléctrica em micro-escala é uma ideia demasiadamente ingénua para se continuar a ter em tempos tão difíceis. A sociedade portuguesa e os políticos portugueses ainda não se aperceberam que a ineficiência electroprodutora do país é um dos maiores elefantes brancos nacionais e uma das mais ruinosas políticas dos últimos 15 anos. A demissão de Henrique Gomes é só o começo de um processo que será certamente uma das pastas mais difíceis deste Executivo.

A jornalista Luísa Meireles que assina o artigo termina o texto referindo que o Japão está num processo de passagem da energia nuclear para as renováveis. É certo que, no rescaldo de Fukushima, a energia nuclear passou a ser menos popular entre os japoneses. Mas não é certo que o Japão a abandone internamente. Se o fizer é garantido que se o fizer terá importantes proporções ambientais e económicas.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Microgeração ameaçada na Virginia

A microgeração eléctrica poderá deixar de ser economicamente vantajosa no estado da Virginia, EUA. Tudo porque a utility local Dominion Virginia Power propôs uma taxa de "stand-by" a ser aplicada aos micropodutores de solar e eólica. A taxa foi aprovada pelo governo local e está a ser contestada pelos microprodutores.
No fundo o que a Dominion pretende é que os microprodutores paguem uma garantia de potência para que possam ter energia eléctrica quando o sol se põe e o vento não sopra.

O mesmo devia ser feito em Portugal a uma escala nacional. Os CMECs indiferenciados deviam acabar e ser substituídos por taxas de stand-by para todos os produtores de energia eléctrica intermitente com prioridade de acesso à rede.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Reino Unido e Portugal diminuem subsídios à microgeração solar

Depois de, em Agosto, ter reduzido as tarifas feed-in ao solar em larga escala o Department of Energy and Climate Change (DECC) britânico propôs hoje a diminuição em 55% dos subsídios à geração solar doméstica, mas apenas para instalações posteriores a 2011. Os projectos até 4 kW passarão a receber 21p/kWh  em vez dos actuais 43,3p/kWh. De acordo com o DECC os novos valores reflectem um abaixamento de 30% no preço dos equipamentos. Se nada fosse feito:
by 2014-15 FITs for solar PV would be costing consumers £980 million a year, adding around £26 (2010 prices) to annual domestic electricity bills in 2020. Our proposals will restrict FITs PV costs to between £250-280 million in 2014-15, reducing the impacts of FITs expenditure on PV on domestic electricity bills by around £23 (2010 prices) in 2020.
2012 tambem traz novidades à microgeração solar portuguesa. Saiu na sexta-feira passada a Portaria n.º 284/2011 que estabelece uma remuneração de €326/MWh nos primeiros 8 anos e de €185/MWh nos últimos 7 anos. A quota de potência a instalar anualmente também cai de 25 MW para 10 MW. 

A presidente da Associação Portuguesa da Indústria Solar (Apisolar), Maria João Rodrigues, disse ao jornal de negócios que o novo enquadramento cria um "ambiente de choque" entre os empresários do sector.

Da minha parte saúdo a portaria, só acho que o "haircut" na quota devia ter sido 10 MW maior. Pelas razões que defendo aqui a microgeração devia acabar quanto antes. Para o problema energético do país esta portaria não terá impacto visível.



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Microgeração é anti-social

Microgeração solar fotovoltaica
Em virtude da escalada do preço da electricidade o anterior governo decidiu criar uma tarifa social de electricidade para aliviar a factura eléctrica de 750 mil famílias portuguesas. Uma medida simbólica que não permite poupar mais do que algumas dezenas de cêntimos por mês na factura mensal de luz. Claro que a factura é tão elevada porque nela está reflectida o devaneio das energias renováveis da última década, os famosos Custos de Interesse Económico Geral (CIEG).

Parte deste CIEG advém dos extraordinários subsídios à microgeração fotovoltaica. Estes incentivos duram 15 anos e estão estabelecidos em €470/MWh para instalações com potência inferior a 5 kW e €355/MWh para equipamentos entre 5 kW e 150 kW, ou seja, cerca de dez vezes o preço médio da electricidade no Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL). E quem beneficia destes incentivos? É o casal de desempregados que vive num T2 R/C em Queluz? Ou são a classe média e alta que vive em vivendas nas periferias das cidades? Se o estado quer, de facto, ajudar os mais carenciados deve acabar com o incentivo à microgeração. Esta nunca produzirá electricidade que dê direito a uma fatia visível no diagrama queijo de produção nem ajudará a aumentar a propalada independência energética. A coexistência de tarifa social de electricidade e subsídios à microgeração é uma hipocrisia que não invalida que haja transferência de dinheiro dos mais pobres para os menos necessitados.

Se os beneficiários de microgeração estão verdadeiramente importados com a sustentabilidade ambiental e a independência energética do país devem vender a vivenda e vir viver para um apartamento (mais eficiente energeticamente) na cidade. Ao mesmo tempo poupam em consumo de combustível ao reduzir o commuting