terça-feira, 13 de setembro de 2011

Europa não é só Alemanha

Apesar do mediatismo de Angela Merkel, existe Europa para além da Alemanha. Apesar do desnorte da Chanceler na tentativa de não perder mais eleições, seja na política económica europeia, seja na política energética alemã, o facto é que a energia nuclear na Europa não está assim tão defunta quanto possa parecer.

Beznau - Mais antiga central nuclear suiça
Suiça
A Suiça, a par da Itália e a Alemanha, disse não à energia nuclear no rescaldo de Fukushima. O plano dos helvéticos era não substituir nenhuma das actuais cinco centrais nucleares quando estas chegassem ao fim da sua vida o que significaria o desaparecimento do nuclear no país em 2034. Porém um Comité do Senado para a Energia veio refazer a decisão introduzindo a nuance de não construir mais centrais “of the current generation”. Na prática isso significa manter a aposta nuclear. As centrais suiças são de segunda geração (Gen II) e só é esperado o phase-out da mais antiga em 2019. No fim desta década já as centrais Gen III+ são a norma e as GEN IV estarão muito mais próximas da industrialização.

Reino Unido
David Cameron
No Reino Unido o debate não se centra no desmantelamento das centrais nucleares. Pelo contrário, as ilhas Britânicas planeiam uma renovação e expansão da sua potência nuclear. O que está na ordem do dia, acima de tudo, é a viabilidade de continuar a subsidiar as fontes renováveis de energia eléctrica. Dois assessores de David Cameron para o sector energético redigiram-lhe esta carta onde expõem reservas relativamente a um estudo do Department of Energy and Climate Change (DECC) que prevê um aumento de apenas 30% no preço da energia inglesa até 2020. Os assessores quiseram alertar o Primeiro-Ministro para o possível optimismo do valor tendo em conta, sobretudo, a expectativa de integrar 1/3 de energias renováveis no mix produtivo inglês em 2020. Neste artigo de opinião do The Telegraph faz-se uma antevisão do impacto financeiro da pretensão renovável no Reino Unido.

Naturalmente não é a pagar aos produtores de energia eólica escoceses para estes desligarem as turbinas da rede à noite para não sobrecarregar a rede que se vai conseguir manter o preço da electricidade baixo. Em Maio a factura para uma noite ficou em £900.000 (ou 20 vezes o custo da electricidade que teriam vendido). Tudo porque a rede eléctrica não está dimensionada para conseguir transportar tanta energia eólica intermitente do norte do Reino Unido onde é mais produzida para o sul onde é mais consumida. Valor que soma aos £1 mil milhões de subsídios que as energias renováveis receberam em terras de Sua Majestade durante 2010.

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