Não fico espantado que a maioria dos portugueses vivam assustados com a possibilidade de existência de reactores nucleares em Portugal. E mesmo que essa ideia não os assuste compreendo que não entendam a opção quando as energias renováveis parecem estar isentas de desvantagens. Percebo perfeitamente quando assistimos ao lançamento de estudos como o mais recente da APREN que teve a devida e fiel promoção em quase todos os jornais nacionais. Não existe na imprensa nacional rigor jornalístico ou espírito crítico que a impeça de reverberar as ideias caducas de Bruxelas, Berlim e dos nossos defensores do aquecimento global e das energias renováveis.
Mas não tem de ser nem é assim em todo o lado. A imprensa britânica goza de uma clarividência nestas matérias notável. Não admira por isso que os britânicos sejam cada vez mais favoráveis à aposta nuclear. Os artigos de George Monbiot (The Guardian) ou Christopher Booker (The Telegraph) são particularmente acutilantes.
Um recente texto do jornalista do The Telegraph sobre o aquecimento global é fabuloso a denunciar aquilo que Booker descreve como "one of the most glaring political "disconnects" in our sadly misgoverned country."
Booker não é meigo a ridicularizar a posição do governo inglês em relação a uma matéria cuja credibilidade começa a colapsar no seio da opinião pública. E depois sustenta as suas afirmações da forma que eu gosto, com a crueza dos números. Esta passagem dedico à equipa do ecosfera do jornal Público:
The other night when it was very cold I checked to see how much of our electricity was, at that moment, coming from wind. The answer was 0.1 per cent, or a thousandth of all the power we were actually using to keep our homes lit and warm. It appears that Chris Huhne, our Energy and Climate Change Secretary, is so obsessed with the half of his job relating to climate change that he can happily ignore the other half, to do with keeping the lights on.
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