Mathias Platzeck |
Os governantes alemães não querem apenas fazer o país recuar 50 anos na forma de produzir energia eléctrica e hipotecar qualquer hipótese de cumprir objectivos ambientais que os próprios estimularam. A Alemanha quer arrastar consigo o máximo de países europeus que conseguir. É conhecida a oposição antiga de alemães e austríacos em relação à central nuclear checa de Temelín. Daqui a uns dias vou postar sobre a mirabolante ideia germânica de produzir energia solar na Grécia. Mas neste post dou a conhecer a oposição exercida pelo presidente do estado federal de Brandenburg, Matthias Platzeck, à construção de uma central nuclear na Polónia. Brandenburg fica no extremo leste da Alemanha (parte da antiga Alemanha Oriental) e faz fronteira com a Polónia.
As quatro localizações preferidas pelos polacos distam 275, 340, 345 e 600 km de Berlim. Nenhuma é suficientemente longe de Berlim para Platzeck. Só Varsóvia dista 560 km da capital alemã como se pode ver pelo mapa abaixo. Não existem muitos locais na Polónia que estejam a mais de 600 km de Berlim. É provável que não exista nenhum local na Polónia a mais de 600 km de Berlim que seja adequado à instalação de uma central nuclear. Que quer Platzeck? Impedir a construção de uma central nuclear na Polónia?
Distância de Varsóvia a capitais de países vizinhos |
A Polónia é o maior produtor de carvão da União Europeia (UE) e é essa a fonte de 90% da energia eléctrica que consome (mais 5% gás natural e 5% renováveis). Graças a estes recursos a Polónia tem uma elevada segurança na produção de energia eléctrica e tem dos mais baixos preços da UE. Porém é um desastre ambiental que aparentemente não preocupa os alemães que até a têm importado depois de terem desligado parte das suas centrais nucleares. A Polónia não só tem as maiores reservas de carvão da UE como uma das maiores de gás xistoso. Será interessante a Polónia substituir parte das centrais a carvão por unidades a gás natural. Mas a base do diagrama deve ser preenchido por centrais nucleares. As centrais de ciclo combinado de produção mais flexível podem complementar a produção nuclear que é mais rígida. A contestação alemã à modernização do parque electroprodutor polaco é inaceitável.
Para os contribuintes alemães devia ser inaceitável correr riscos de vir a pagar indemnizações às utilities alemãs por estas terem sido obrigadas a desligar centrais nucleares perfeitamente operacionais, uma decisão que até se pode vir a revelar inconstitucional. Para os europeus devia ser inaceitável que a Alemanha deixe de consumir energia nuclear limpa para importar energia poluente polaca. Os gases poluentes, depois de emitidos, não conhecem fronteiras.
Para os contribuintes alemães devia ser inaceitável correr riscos de vir a pagar indemnizações às utilities alemãs por estas terem sido obrigadas a desligar centrais nucleares perfeitamente operacionais, uma decisão que até se pode vir a revelar inconstitucional. Para os europeus devia ser inaceitável que a Alemanha deixe de consumir energia nuclear limpa para importar energia poluente polaca. Os gases poluentes, depois de emitidos, não conhecem fronteiras.
Qual será o impacte maior : o nuclear (incluindo o valor esperado dos danos causados em caso de falha no sistema) ou os impactes e riscos da poluição do ar causada pelas termo-eléctricas? Um documentário da BBC dá que pensar sobre a questão da defesa do nuclear face à componente de risco que tem sido associada ao Aquecimento Global:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=Nhq7Z9zqP80
Caro F,
ResponderEliminarObrigado pelo link. Ainda não conhecia este programa.
A solução nuclear não tem interesse para combater o aquecimento global. O aquecimento global é a maior farsa do mundo moderno. Infleizmente não tenho tempo para abordar eese tema no blogue mas já tenho feito um ou outro post sobre o tema.
A solução nuclear tem interesse enquanto política energética. Uma das suas vantagens é o menor impacte ambiental relativamente a outras fontes de energia, nomeadamente as térmicas. E falo de verdadeiro impacte ambiental não de alterações climáticas.