George Monbiot |
"You will not be surprised to hear that the events in Japan have changed my view of nuclear power. You will be surprised to hear how they have changed it. As a result of the disaster at Fukushima, I am no longer nuclear-neutral. I now support the technology."E suporta esta afirmação explicando a razão de ter passado a acreditar mais na energia nuclear:
"A crappy old plant with inadequate safety features was hit by a monster earthquake and a vast tsunami. The electricity supply failed, knocking out the cooling system. The reactors began to explode and melt down. The disaster exposed a familiar legacy of poor design and corner-cutting. Yet, as far as we know, no one has yet received a lethal dose of radiation."
O texto foi escrito a 21 de Março. Hoje confirma-se que ninguém morreu vítima da radiação. Monbiot tem razão no raciocínio que faz. Neste post detalhei as consequências do acidente de Fukushima Daiichi a nível de emissão de radiação. Sob o manto espesso de sensacionalismo que rodeou a evolução da situação, a crueza dos números mostra que a grande parte da radioactividade ficou contida dentro do perímetro da central. Ao contrário do que se afirmou, as consequências não serão sentidas durante décadas. Neste outro post deixei a informação de que, 5 meses depois do desastre, a vida na província de Fukushima está lentamente a voltar à normalidade. Se formos absolutamente racionais temos de admirar a capacidade de resistência da central a um desastre natural de magnitude muito rara.
Falha tectónica Açores-Gibraltar |
Localização de Fukushima I e II |
Menos provável é alguém ter visto imagens, ou sequer ter ouvido falar, de Fukushima II ou Daini (dai ni significa número dois). Esta central foi construída sensivelmente uma década depois de Fukushima I e cerca de 3 km para sul da primeira. É composta por quatro reactores do tipo Boiling Water Reactors (BWR) GenII. Embora fornecidos pelos japoneses da Toshiba e Hitachi ao invés dos General Electric acidentados em Fukushima I são muito semelhantes no seu princípio de funcionamento e segurança oferecida. A razão pela qual a maioria das pessoas nunca ouviu falar de Fukushima II é porque esta central passou relativamente incólume pelo terremoto e tsunami.
Vista aérea de Fukushima II |
Uma central nuclear em Portugal podia ser concebida para suportar um tsunami de 14 metros de altura como o que se registou no Japão e não os 6 metros de projecto das centrais na província de Fukushima. Uma central nuclear em Portugal ia beneficiar de todos os avanços e sistemas de segurança que forem introduzidos fruto da aprendizagem do acidente japonês. É isso que acontece em todas as indústrias e a nuclear não é excepção.
Por todas as razões que desenvolvi anteriormente creio poder-se afirmar sem demasiado optimismo que dificilmente uma central nuclear contruída em Portugal viria a sofrer, sob um tsunami de iguais proporções e no seu período de vida, os danos que sofreu Fukushima Daiichi. A falta de segurança não é uma razão válida para se recusar recorrer à energia nuclear. Ou socorrendo-me do último parágrafo do texto de Monbiot:
"Yes, I still loathe the liars who run the nuclear industry. Yes, I would prefer to see the entire sector shut down, if there were harmless alternatives. But there are no ideal solutions. Every energy technology carries a cost; so does the absence of energy technologies. Atomic energy has just been subjected to one of the harshest of possible tests, and the impact on people and the planet has been small. The crisis at Fukushima has converted me to the cause of nuclear power."
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