sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O marketing inconsistente da APREN (3ª parte - financiamento)

Na primeira abordagem que fiz ao estudo da APREN constatei com surpresa o seguinte facto:
Fico espantado que a APREN tenha de recorrer a entidades exteriores para realizar este tipo de estudo, ainda por cima um forjado de forma tão grosseira. Mas acredito que as margens de lucro do sector permitam este tipo de luxos.
Mas agora que olhei para a última página do documento fez-se luz. Quem pagou o estudo fui eu e você caro(a) leitor(a):


uma vez que este extraordinário documento foi patrocinado pelo Fundo de Apoio à Inovação Energias Renováveis (FAI), que está sob a alçada do ministro da economia, o mesmo que parece relutante em atacar os desproporcionados incentivos dados à produção renovável.

De acordo com informação disponível na página o projecto custou a módica quantia de €278.368!

4 comentários:

  1. Muito bom mesmo! E depois ainda acusam os cépticos de serem financiados! Eu, có por mim, nunca recebi nada, nadinha...
    Ecotretas

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  2. A Alemanha anunciou que vai abandonar a energia atômica. É o primeiro país industrializado a anunciar o fechamento de todas suas centrais nucleares. A decisão, considerada irreversível, é consequência da catástrofe de Fukushima, no Japão

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  3. Caro Bruno,

    V.exa. é bom a desmontar estudos e a intuir conspirações, e até pode ter razão, mas diga-me, como pode montar, para variar, um sistema energético em Portugal que tenha por objectivo diminuir significativamente a poluição das fontes fosseis e ao mesmo tempo comtemplar a pouca disponibilidade social e politica para encarar os riscos inerentes ao nuclear?
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    Ainda que o petroleo e o carvão fossem totalmente de graça, as alternativas aos mesmos teriam de ser criadas.
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    Não se tratará, na minha opinião, de uma mera conta de merceeiro, de saber qual a fonte energética que oferece o menor custo de produção e investimento, mas sim de nos posicionarmos para produzir energia mais limpa para o ambiente e sem riscos para a humanidade. Independetemente de saber se ha aquecimento global ou não, parece-me claro que poluir a atmosfera não é coisa boa, sendo que prefiro sistemas que não o faça, de todo.
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    É evidente que temos que ter em conta os recursos financeiros que temos hoje; não podemos transformar um sistema poluidor noutro de uma assentada. Mas o objectivo alcança-se caminhando, com determinação e sobrevalorizando de forma crescente, suave mas crescente, paulatinamente, os sistemas limpos.
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    Assim, quer-me parecer que o nuclear foi no passado uma fonte altamente perigosa. No seu inicio. A tecnologia seria arcaica e risco elevado, mas isso não impediu que se fosse desenvolvendo nos formas de a produzir. Hoje, dizem, que será menos perigosa. E é mesmo assim, as coisas vão evoluindo. Ontem o nuclear foi perigoso, hoje é menos, amanha talvez não tenha perigo algum. E é nessa medida que devemos avançar. Um passo de cada vez, como nas alternativas.
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    Há quem diga que estará para breve sistemas de retenção de energia em superbaterias muito eficazes. Não sei, mas tenho a certeza de uma coisa, o génio humano tratará de desenvolver os sistemas de baterias actuais.
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    Portanto, o equlibrio é a chave. Precisamos das fontes fosseis para satisfazer os periodos de tempo que as alternativas não produzem, mas caminho é desenvolver e não regredir.
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    Lendo em diagonal o que foi dito, um estudo diz que a factura da electricidade para os consumidores ficará em média, uns 2,8€ mais cara, v.ex.a parece ter dito que ficaria 10€. Se fizermos uma media das duas estimativas é um custo perfeitamente aceitavel para vivermos com um sistema limpo.
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    Ricciardi (Rb)

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  4. Caro Ricciardi,

    Se o discurso político for outro a opinião portuguesa sobre o nuclear muda. Os ingleses e os americanos, países onde se fizeram inquéritos recentemente, são maioritariamente favoráveis a esse tipo de fonte energética.

    O nuclear nunca será 100% seguro como nehuma outra fonte será. Mas já é a mais segura forma de produzir electricidade.

    A política energética não deve deixar de fora nenhuma fonte mas deve integrá-la tendo em conta critérios de compatibilidade técnica e viabilidade económica. Mas isso não acontece dado que o sector eléctrico português assenta quase ele todo em tarifas garantidas que desvirtuam completamente o equilíbrio entre as várias fontes.

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