Há muitos, muitos anos de entre todas as espécies animais que povoam o planeta Terra uma começou a sobressair pela sua capacidade de inventar utensílios e desenvolver relações sociais complexas. Essa espécie foi designada de Homo Sapiens (HS) e no seu começo era uma espécie que migrava para fugir do clima adverso e perseguir alimentação. No entanto a sua superior capacidade intelectual permitiu-lhe domesticar animais, desenvolver a agricultura e desenvolver formas de mitigar os desafios do clima. Essas características únicas fizeram com que o HS se tornasse aos poucos numa espécie sedentária.
Com o desenvolvimento tecnológico o HS colonizou todos os continentes da Terra. Alguns exemplares mais afoitos desta espécie peculiar sedentarizaram-se em zonas do planeta que desafiavam a capacidade de sobrevivência de uma espécie terrestre como é o HS. Zonas de terrenos muito instáveis como são um Delta de um rio ou um Atol no oceano.
Os deltas dos rios são criados pela deposição de sedimentos trazidos pelos próprios rios e caracterizam-se por serem zonas pantanosas com grande variabilidade de altura e e sujeitas a inundações frequentes. Um Atol é uma formação de corais em redor de um vulcão que ao crescer cria ilhas normalmente de forma circular ou oval. Ao crescer o Atol (que não é rochoso) acaba por colapsar sobre o seu próprio peso e afundar-se no oceano.
O engenho do HS deu-lhe a capacidade de resistir cada vez melhor aos fenómenos naturais e o que antigamente provocava morte e destruição com o decorrer dos séculos deixou quase de afectar o dia-a-dia do HS. Uma consequência desse desenvolvimento foi o aumento exponencial do números de exemplares de HS no planeta. As pequenas comunidades nos deltas do rio Mississipi e Mekong ou nos Atoís de Tuvalu e Maldivas tornaram-se em cidades. Os mesmo rigores do clima que antigamente vitimavam dezenas nestas regiões hoje desalojam milhares que são vistos em todo o globo através de invenções do HS como a televisão ou a internet.
Não só a capacidade inventiva caracteriza o HS. A memória curta e o fascínio por histórias apocalípticas de fim do mundo também. No final do Séc. XX o número de HS na Terra se aproximou dos sete mil milhões. Alguns destes criaram a fantasia de que esta espécie estava a criar aquecimento global no planeta, a aumentar da frequência e severidade de fenómenos metereológicos e a elevar perigosamente o nível médio das águas do mar. Estes HS sonham mudar o planeta para que ninguém tenha que de mudar de casa.
Estes HS esqueceram-se que os seus antepassados jamais deveriam ter construído as suas casas em regiões naturalmente inóspitas para a sua espécie. A tecnologia do HS ainda não conseguiu tornar esta espécie anfíbia.
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