A ciência e a tecnologia deixaram de impulsionar o crescimento?
Neste artigo Filipe Santos expressa uma dúvida levantada pela revista The Economist, será que a tecnologia já não contribui para o crescimento económico? Está a ter um dejá vu? Parece-lhe uma dúvida familiar? Então parece-lhe bem. Porque é um caso clássico de ecologismo e comunismo. Atenção, a humanidade já não é capaz de se desenvolver! Qual é a solução para este problema? Regulação, castração e controlo, a receita típica. Citando Filipe Santos:
Perante estes desafios gigantescos regressa a miragem do poder mágico da ciência, da tecnologia e da inovação. A ciência e a tecnologia são cada vez mais importantes na nossa civilização e é imperioso apoiá-las, mas não nos podemos iludir ao pensar que vão resolver apenas por si próprias as disfuncionalidades do nosso sistema financeiro e económico e a incapacidade de construirmos um desenvolvimento sustentável que promova a equidade.Não nos podemos iludir ao pensar que vão resolver apenas por si próprias as disfuncionalidades do nosso sistema financeiro e económico. Ou seja, o sistema económico vigente, livre e capitalista, é pernicioso e destruidor da sociedade. É preciso travá-lo.
É preciso construirmos um desenvolvimento sustentável que promova a equidade! Isto é, construirmos um mundo que viva sob a batuta do ecologismo-socialismo-comunismo. Desenvolvimento sustentável é um eufemismo para abandono da agricultura, não utilização de combustíveis fósseis, nem meios de transporte etc. Equidade é o objectivo socialista de uma sociedade pobre, uniformizada e inculta.
Ou será que a tecnologia atingiu mesmo o seu limite de contribuir para o crescimento económico? Claro que não, que parvoíce. A tecnologia foi, é e sempre será motor de crescimento económico. Mas não é toda a tecnologia, apenas aquela que acrescenta valor, como é evidente. A dúvida não está no contributo da tecnologia para o desenvolvimento. Difícil poderá ser aferir correctamente se uma nova tecnologia acrescenta mais valor do que a existente. E existem muitas tecnologias, caso das energias renováveis intermitentes, que, apesar de retirarem valor à economia, são defendidas e usadas em muitas economias.
Nesta frase fica clara a tónica comunista do texto:
Temos um mundo doente de egoísmo e ganancia que gerou um sistema financeiro incapaz de alicerçar um desenvolvimento com equidade e sustentável.E nesta a mesma ideia vestida de verde:
Temos um mundo apostado num paradigma de desenvolvimento que exige um consumo cada vez maior de energia per capita, mas sem perspectivas de encontrar as fontes de energia barata que irão satisfazer essa procura.Claro que o ecologismo não defende a utilização de fontes de energia barata que, actualmente, são os combustíveis fósseis. O ecologismo procura reduzir o consumo energético per capita através da promoção das fontes renováveis intermitentes que produzem pouco e caro.
E a recessão mundial de 2008? Não temos assistido a uma década de inúmeros avanços tecnológicos? Sim, temos assistido mas muitas delas não acrescentaram tanto valor quanto a euforia mediática quis fazer crer. Basta lembrarmos-nos da bolha especulativa das dot.com em 2000, do fiasco que foi a entrada em bolsa do Facebook ou da euforia que tem havido em redor da reintrodução do carro eléctrico. São expectativas exageradas sobre o potencial de tecnologias que não são assim tão impactantes na economia.
Naturalmente a tecnologia não é uma panaceia. A tecnologia não permite apagar os erros que a banca fez e que levaram à recessão mundial. Mas os erros da banca não são o sistema financeiro ocidental. Todos os sistemas são permissivos a abusos. E é certo que depois destes abusos terem sido ajustados o crescimento suportado nos avanços tecnológicos irá regressar. Quanto mais valor as actividades humanas acrescentarem mais crescimento económico haverá. Sempre foi assim e assim continuará a ser. Deixemos os apocalipses civilizacionais para os escritores de ficção.
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