sexta-feira, 9 de março de 2012

Não há exemplos de sucesso eólico

Uma das perguntas a que um comunista menos gosta de responder é quando se pede para ele dar um exemplo de uma sociedade comunista próspera e justa, que não existe. Seria lógico que ao fim de algumas décadas de experiência comunista algum caso de sucesso pudesse ser destacado. A menos que o comunismo não estivesse destinado a vingar.Ver o que acontece no mundo e procurar as melhores práticas parece-me uma conduta inteligente e de bom senso. A energia eólica tem uma história parecida ao comunismo, depois de décadas de experiência e de extraordinários investimentos não é possível apontar um país no mundo onde a produção eléctrica a partir do vento tenha tomado uma parte significativa do mix gerador, quanto mais dominante. Portugal é, pelas minhas contas, o exemplo mundial de maior integração de energia eólica que existe. Noutros países com aposta eólica casos dos EUA, Dinamarca, Alemanha, Itália, Austrália ou Espanha a produção eléctrica é feita maioritariamente por centrais termoeléctricas.

À semelhança do comunismo o muro de Berlim da energia eólica está a cair. É cada vez mais complicado os governos encontrarem suporte político para manter por meios artificiais a existência de energia eólica e ela apresta-se para começar a definhar.

Matt Ridley é um conhecido jornalista britânico e contestatário das alterações climáticas. O seu último artigo de opinião na revista The Spectator é um bom resumo da incoerência e insustentabilidade que tem suportado a aposta eólica e no qual destaco:
To the nearest whole number, the percentage of the world’s energy that comes from wind turbines today is: zero(...)If wind power was going to work, it would have done so by now.
I have it on good authority from a marine engineer that keeping wind turbines upright in the gravel, tides and storms of the North Sea for 25 years is a near hopeless quest, so the repair bill is going to be horrific and the output disappointing.
Muito se tem dito sobre a sub-orçamentação do desmantelamento das centrais nucleares inglesas mas veremos até que ponto os custos de manutenção de parques eólicos offshore não estejam a ser avaliados optimisticamente.
The total carbon emissions saved by the great wind rush is probably below 1 per cent, because of the need to keep fossil fuels burning as back-up when the wind does not blow. It may even be a negative number.
O facto de as centrais térmicas a funcionar em back-up operarem fora das condições ideais penaliza a emissão de poluentes por unidade de energia produzida.
So even if you accept the most alarming predictions of climate change, those turbines that have ruined your favourite view are doing nothing to help. The shale gas revolution has not only shamed the wind industry by showing how to decarbonise for real, but has blown away its last feeble argument — that diminishing supplies of fossil fuels will cause their prices to rise so high that wind eventually becomes competitive even without a subsidy.
Remeto para um dos últimos posts no blogue.
Even in a boom, wind farms would have been unaffordable — with their economic and ecological rationale blown away. In an era of austerity, the policy is doomed, though so many contracts have been signed that the expansion of wind farms may continue, for a while. But the scam has ended.
Como escrevi creio que no mundo ocidental 2010 terá sido o melhor ano de sempre para as renováveis intermitentes. Nos países emergentes, onde a instalação de parques solares e eólicos foi em boa parte financiada pelos países mais industrializados, não antevejo que o crescimento de potência renovável intermitente dure muitos mais anos.

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