Diz um curioso artigo do público que o abandono da energia nuclear na Alemanha está nas mãos de pessoas como Sascha Samadi. Isso deve ser uma preocupação, para os alemães e para todos os ambientalistas. Este investigador não só não tem a mínima noção de como se conseguirá substituir nuclear por renováveis como ainda deixa claro que a desactivação das centrais nucleares alemãs implicará a construção de novas centrais termoeléctricas e aumento de emissão de gases de efeito de estufa. E acrescenta que tal já está a acontecer neste momento “Hoje estamos a usar mais carvão e gás natural, importado da Rússia, do que no ano passado, com mais emissões de dióxido de carbono [CO2] no sector da electricidade” apesar de metade dos reactores estar a operar.
Analistas já previram que, com esta política, a Alemanha produzirá mais 380 milhões de toneladas anuais de CO2 do que os seus objectivos para 2020. Esta opção também compromete definitivamente os objectivos alemães do protocolo de Kyoto. Samadi está consciente e confessa que o abandono do nuclear na Alemanha torna "mais improvável a União Europeia adoptar uma posição mais ambiciosa, aumentando de 20 para 30 por cento as suas metas de redução do CO2 até 2020”, uma ambição da UE e, em particular, dos ambientalistas alemães.
Samadi refere que a partir de 2030 o sequestro de CO2 na indústria e nas centrais termoeléctricas permitirá baixar a emissão deste gás de efeito de estufa. Samadi não refere é que a energia nuclear emite quantidades reduzidas de CO2 e por isso não precisa de o sequestrar posteriormente. Nem refere que em 2030 já as centrais nucleares de 4ª geração estarão a gerar electricidade e estas aproveitam muito melhor o combustível que consomem e produzem muito menos resíduos. O aproveitamento é de tal ordem elevado que a escassez de combustível não se coloca, o que faz delas fontes de energia renovável.
No fundo Samadi tem razão quando defende que o futuro da produção eléctrica alemã passa por exploração de fontes renováveis. Só erra na fonte.
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