A320NEO equipado com motores PW1000G |
Apesar de apresentar algumas evoluções ao nível da fuselagem e sistemas (caso dos sharklets) a grande novidade do A320NEO (New Engine Order - que lhe dá o nome e a prometida frugalidade) advém das duas novas motorizações oferecidas, o CFM Leap-X e o Pratt & Whitney PW1000G. Mesmo contabilizando o preço superior em cerca de $8 milhões face ao actual A320 e a incógnita que será o custo de manutenção dos novos motores é inegável que, a partir de 2016 quando o NEO começar a cruzar os céus, ele se tornará um elemento diferenciador na competição entre companhias.
Sem entrar em grandes detalhes técnicos, que se encontram aqui, quer o motor americano da P&W quer o motor da joint-venture franco-americana CFM conseguem uma melhoria dos consumos optimizando o trabalho da fan (de resto a zona onde se produz a maior parte do impulso dos motores turbofan modernos) recorrendo a diferentes soluções. O PW1000G adopta uma caixa redutora no veio da fan para aperfeiçoar a velocidade de rotação desta em relação ao core do motor. Ao invés, o Leap-X incrementa o bypass ratio (relação entre o ar que passa na fan e não entra no compressor e o ar que é queimado nas câmaras de combustão) para 10:1 (cerca do dobro do actual CFM56 que equipa os A320).
Dificilmente se podia contestar o sucesso do A320NEO e a reacção inicial dos lessors só veio anunciar o forte impacto que o novo modelo teve nos meses seguintes. Só durante o Paris Air Show foram encomendados 380 unidades por parte de duas companhias low cost asiáticas o que elevou para mais de 1.000 o número de A320NEO encomendados. Estes números fazem desta a mais bem sucedida aeronave de sempredo ponto de vista comercial.
Desenho de um motor turbofan open rotor |
É inegável, numa época em que o maior custo das companhias aéreas é o combustível, o contributo que o A320 NEO terá na competitivade das mesmas. Principalmente nas low cost que fazem do preço das passagens a sua primeira aposta. Será por isso interessante saber que posição tomarão as duas principais low cost carriers europeias, Ryanair e Easyjet.
A estratégia da companhia inglesa é mais fácil de adivinhar. Por já operar o A320 é natural que progressivamente vá substituindo a actual frota pelos novos NEO. Já houve até comentários oficiais da empresa em relação à nova aeronave.
Mais interessante é a opção da Ryanair que opera exclusivamente Boeing 737-800. A empresa irlandesa costuma estar um passo à frente da concorrência e para já assinou um acordo de entendimento com os chineses da Comac que irão lançar, também em 2016, um rival do A320NEO. Conhecido por C919 e feito para rivalizar com o novo Airbus, faz-se equipar precisamente com os mesmos motores CFM e P&W do A320NEO.
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