quinta-feira, 28 de julho de 2011

A moda das renováveis


Definitivamente os vídeos-recado a enaltecer as virtudes nacionais estão na moda. Este tem a intenção de dar uma bofetada à Agência de notação Moody's. Como era expectável, nem é preciso esperar um minuto (0:56s), para se fazer a promoção da nossa liderança na integração de fontes renováveis no sector eléctrico. De há uns anos para cá as energias renováveis são um orgulho nacional. Então desde que o NY Times publicou este artigo tornou-se um assunto que reúne praticamente consenso entre os portugueses.

Claro que, para quem percebe alguma coisa do fenómeno da produção eólica em Portugal, a única coisa verdadeiramente assinalável que consegue ver em toda esta evolução foi o extraordinário trabalho de propaganda dos sucessivos governos que tivémos nos últimos 15 anos.

De resto a aposta portuguesa na energia eólica é um paradigma das falhas que trouxeram o país até ao estado actual e, em última análise, chamaram a atenção das agências de rating. Como tenho mostrado, e continuarei a fazer neste blog, a energia eólica portuguesa ilustra cabalmente a falta de planeamento, visão, estratégia e até de bom senso que tanto nos caracteriza enquanto povo.

Ser necessário apontar a eólica como uma das grandes realizações nacionais num filme que dura apenas 2min devia apelar à reflexão e não ao júbilo.

Mas não é só a eólica que merece reparo. Oito segundos depois, aos 1:02, já se deixa no ar o novo orgulho nacional: a mobilidade eléctrica, o Mobi.E.

Outro excelente exemplo da moda das renováveis está patente na imagem ao lado. Esta é uma página de um documento em powerpoint sobre as indústrias de sucesso portuguesas que andou a correr e-mails. Naturalmente uma das qualidades promivda é a integração de energias renováveis na rede eléctrica. No texto é dito, como se daí viesse riqueza e progresso, que Portugal está a construir a maior central solar da Europa e que a eólica é alvo de enormes investimentos. É pena que o texto não continue e revele que, quer solar quer eólica, beneficiam de enormes subsídios do estado e que só assim se justificam estas apostas.

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