Como era de alguma forma esperado e seguindo as pisadas do governo espanhol o executivo português decidiu congelar novos projectos de produção eléctrica em regime especial que é o mesmo que dizer fontes renováveis (fica de fora a hídrica) e cogeração. Pressionado pela troika e num ambiente de contracção da enconomia nacional não havia muita escapatória. Já em Outubro tinha escrito aqui que o Plano Energético para 2020 tinha objectivos inconciliáveis e que mais tarde ou mais cedo algum teria de cair. Felizmente o bom senso prevaleceu e o sector pode começar a ser analisado com mais racionalidade daqui em diante.
Espero que agora os objectivos do país nesta matéria passem, como defendo neste blog, pelo fim da aposta no carvão e que se substitua carvão e excesso de renováveis por nuclear e gás natural. Se Portugal fizer isso estará na vanguarda mundial da criação de um mix energético competitivo e sustentável. Ou então podemos esperar que os nossos vizinhos, alemães ingleses e o resto da Europa nos mostrem o caminho. Não tenhamos dúvidas, tal como a IAE (International Energy Agency) tem vindo a prever nos seus relatórios o carvão, o gás natural e o nuclear continuarão a ser os pilares da produção eléctrica nas décadas vindouras. Apagar o carvão do mix seria um excepcional exemplo de modernidade e protecção ambiental que a Europa podia dar ao mundo, principalmente ao mundo emergente.
Agora coloca-se a questão, para que servirá a fábrica de turbinas eólica que a China Three Gorges prometeu como contrapartida na privatização da EDP. E pode-se perguntar também que interesse estratégico pode haver na entrega do controlo da principal eléctrica portuguesa a uma empresa que aposta maioritariamente (pelo menos por enquanto) em fontes renováveis quando o país acaba de virar as costas a essas fontes. Mas sobre a venda da EDP aos chineses escreverei noutro post.
Sem comentários:
Enviar um comentário