segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pequena metáfora sobre combustíveis e energia

Imagine que está com fome e lhe oferecem uma maçã já descascada, outra por descascar e ainda uma outra na árvore por apanhar. Por qual começaria? A descascada evidentemente, igual proveito, consumo imediato e menos trabalho.

Agora imagine que está sedento de energia, o que vai fazer? Explorar as fontes mais fáceis e imediatas. Há cem anos isso queria dizer fazer um furo na terra e deixar jorrar petróleo. Um dia este petróleo imediatamente acessível acabará como você acabará de comer a sua mação descascada. E depois? Depois pegará numa faca e descascará a outra maçã que lhe deram. O hydraulic fracking é a faca que permite descascar combustíveis fósseis que não jorram através de um furo. Eles estão lá para suprir as nossas necessidades energéticas, apenas exigem mais algum trabalho na sua recolha.


Depois de comer as duas maçãs terá de se esforçar um pouco mais, subir à árvore e apanhar a terceira. A obtenção de combustíveis fósseis sofrerá a mesma evolução. Teremos de de desenvolver métodos cada vez mais evoluídos para obter o que precisamos. 

Mas e se acabarmos com todas as maçãs da macieira? Comeremos bananas, pêras ou laranjas. A comida não acaba, existe sob diversas formas. O mesmo se passa com a energia, ela não vai acabar, apenas existe em diversos formatos e sabores. As preocupações com o peak oil ou peak de outra coisa qualquer não fazem sentido e revelam apenas ignorância. Se por acaso um tipo de energia primária acabar simplesmente usaremos energia primária armazenada de outra forma. Mais difícil de usar certamente, mas a história humana já mostrou que a nossa espécie se desvencilha muito bem e encontra forma de sobreviver e desenvolver.

2 comentários:

  1. O que sabemos é que houve um desenvolvimento económico notável desde que se começaram a "comer maçãs descascadas". Primeiro com o carvão e depois com o petróleo. A densidade energética dos combustíveis fósseis não foi ainda destronada por nada que exista ou sequer que se preveja vir a existir. Parece evidente que, tirando os fósseis da equação, terão que surgir novos paradigmas para a energia, sobretudo no tocante aos transportes aéreos e terrestres. Vale a pena ir tendo esse horizonte presente. Não?

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