sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Energia nuclear japonesa continuará barata

Os japoneses têm por hábito planear em avanço e a pretensão de abandonar, ou pelo menos diminuir, o contributo nuclear para a produção da sua energia eléctrica não tem sido excepção. Como forma de auxiliar decisões de longo prazo o governo japonês quis saber qual o custo da electricidade produzida pelas várias fontes e, segundo os números oficiais, a fonte nuclear será a menos dispendiosa pelo menos nas próximas duas décadas. E este valor já inclui os custos associados a um acidente da magnitude de Fukushima.

A única fonte que se equipara é a eólica mas aqui não estão contabilizados custos de backup termoeléctrico e armazenagem em baterias (dado que a o número de barragens élimitado) o que provavelmente duplicaria o seu custo. Segundo a perspectiva japonesa, os combustíveis fósseis, as fontes mais baratas actualmente irão duplicar nas próximas duas décadas graças a subida da matéria-prima e eventuais taxas ambientais. Os valores não surpreendem e vão ao encontro do relatório Energy Roadmap 2050 promovido pela União Europeia.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Japan enters the european renewable spiral

Japan is entering in the same imaginary and disastrous spiral of Europe. Japan is trying to climb the wall of nuclear energy. But it will fail. Fail as Denmark, Germany, Italy and all coutries that try to turn their back on nuclear power.

Japan is electrically isolated and can not exchange electricity with neibours and therefore can not explore intermitent wind and solar. Because of that it will deregulate environmental policies and allow invasion of its national parks to explore geothermal resources. Without nuclear it will pollute more, so Japan also wants to start a vicious carbon offset program. And now wants to tax other energy sources to finance renewable energy. And of course, the holy graal of the renewable revolution, wants to promote energy efficiency (which, if we look at it properly, is the proof that renewable energy is unable to light the modern world). Getting a dejá vu sensation?

Ironically, exporting nuclear energy remains a national priority. Nuclear power might not be good enough for the japanese people but apparently is for the rest of the world.

Japão entra na espiral fantasiosa europeia

O Japão está a entrar na mesma espiral irrealista e ruinosa da Europa. O Japão está a querer escalar a barreira do nuclear. Mas vai estatelar-se. Como a Dinamarca, a Alemanha, a Itália e todos os países desenvolvidos que quiserem prescindir de energia nuclear.

Recapitulando, o Japão vai aligeirar leis ambientais do país e permitir a invasão de parques naturais para instalação de potência geotérmica. O Japão também quer começar a poluir no lugar de países mais pobres. E agora quer taxar outras fontes de energia para financiar a instalação de parques renováveis. E claro, o santo graal da revolução renovável, ou bem vistas as coisas, a prova definitiva que as fontes renováveis não chegam para iluminar o mundo moderno, a poupança de energia. Está com uma sensação de dejá vu?

O mais irónico, a cereja no topo do bolo, é que a exportação de tecnologia nuclear é uma prioridade nacional. Como escrevi anteriormente, a energia nuclear pode não ser suficientemente boa para os nipónicos mas serve para o resto do mundo.

Mais sobre o impacte ambiental do shale gas

Tirando as referências ao Aquecimento Global antropogénico, que de resto está a levar uma machadada em Durban, aqui fica um artigo de opinião sobre shale gas do The Economist que vai ao encontro daquilo que tenho escrito em vários posts sob os tag carvão e gás natural. Aqui ficam as frases que consideram mais relevantes:
It does appear that fracking can cause earthquakes. But so can geothermal energy production and other parts of the oil and gas production process. Wherever fluids are injected into deep wells, that is a risk. It warrants strict regulation and further study. It is not, however, a reason to shut down a promising industry.
Few new coal-fired power stations are planned in America or Europe anyway (...) Either way, gas-fired power stations are more likely to substitute for solar panels, wind turbines and nuclear power stations. The only way of ensuring that does not happen is to price fossil fuels to cover the cost of the environmental damage they do. Power generated from coal would carry a high carbon-price-tag; power generated from gas a smaller one; power generated from renewables none at all.
Devia ser taxada a emissão de verdadeiros poluentes e não o carbono. Desta forma a proporção entre centrais a carvão e gás não seria de 2:1 mas de 6:1. Naturalmente as centrais nucleares também não pagariam, tal como as renováveis taxas de emissão de poluentes. A diferença é que a potencia nuclear instalada produz pelo menos três vezes mais do que as renováveis, e de forma previsível.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Incentivos à eólica nos EUA em risco

Não é só Espanha que pretende reduzir substancialmente o apoio financeiro dado à produção eólica para desespero da Asociación Empresarial Eólica (AEE). Também a homóloga americana American Wind Energy Association (AWEA) move esforços para que o tapete não lhe seja tirado. A subvenção à produção renovável nos EUA recebe o nome production tax credit (PTC) e para a eólica atribui actualmente 2,2c/kWh. O prazo expira no final de 2012 e existe uma possibilidade de Washington não estender a benesse para lá dessa data.

Segundo Ditlev Engel, CEO do maior fabricante de turbinas instalado em solo americano, a Vestas Wind Systems A/S, o fim dos subsídios levará a indústria a cair num abismo. E temendo precisamente isso a representação da Vestas nos EUA já cortou nos investimentos que tem feito em unidades industriais no país.

Uma grande diferença entre Espanha e os EUA é que se aqui ao lado só agora, com o novo governo se vai começar a estudar o regresso ao nuclear a construção de novas centrais nos EUA já está em marcha

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Japão prepara-se para poluir mais na era pós-Fukushima

Já tenho escrito neste blog que a Alemanha vai ter dificuldades em cumprir os seus compromissos ambientais sem as suas centrais nucleares. E também já tenho escrito que se desenganem aqueles que pensam que o encerramento de capacidade nuclear pode ser totalmente compensada com fontes renováveis. O desaparecimento de contributo nuclear será fundamentalmente compensado com reforço termoeléctrico. Na Alemanha, na Suíça ou no Japão.

Aliás, o Japão é um bom exemplo de que acabar com energia nuclear obriga a atirar para trás das costas preocupações ambientais. Mas aparentemente não vai chegar violar parques  nacionais ou atenuar limites ambientais no país. O Japão quer entrar, a partir de 2013, no viciante comércio internacional de direitos de carbono, que é o mesmo que dizer, os países ricos pagam aos mais pobres para poluir aquilo que estes não poluem. O plano pode sair gorado caso esta farsa dos direitos de carbono comece a morrer em Durban como é de prever.

Idealmente as centrais termoeléctricas nipónicas que vão suceder às nucleares terão o menor impacte ambiental possível e para isso os japoneses vão pesquisar formas de inovar na tecnologia das centrais a carvão.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Mais renováveis, mais linhas de alta tensão


Não é só na Alemanha que a intensificação de eólica e solar obriga ao reforço da rede eléctrica. Também nos EUA, em particular o estado do Texas, onde a aposta eólica é particularmente forte, o sonho renovável esbarra na realidade de ter de investir somas avultadas em linhas de alta tensão para levar a electricidade dos locais em que é produzida aos pólos onde é consumida. Estes três gráficos são particularmente elucidativos. Como seria de esperar a maior parte da rede eléctrica norte-americana situa-se nos estados da costa oeste e leste onde reside grande parte da população (ver primeiro mapa).

No entanto, o maior potencial eólico onshore está situado precisamente no centro do país onde escasseia consumo e linhas eléctricas para transportar a electricidade produzida. Como se pode ver no mapa abaixo, a exploração da energia do vento implica a construção de linhas de alta tensão um pouco por todo o centro dos EUA.


Relativamente ao potencial solar do país a situação não é muito diferente. As melhores localizações estão situadas a sul em estados que fazem fronteira com o México. Apesar de neste mapa estar desenhada uma proposta de rede eléctrica pra distribuir esta energia apenas pelo oeste do país será necessário investir na rede se se quiser tirar todo o seu potencial.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Rede eléctrica alemã no limite

Quando há uns tempos escrevi aqui que a Alemanha é potencialmente o melhor cliente europeu para novos postes de electricidade de design mais atractivo estava a pensar em notícias como esta da agência Bloomberg que diz que a rede eléctrica está no limiar da sua capacidade. 

Contrariamente ao que os defensores das renováveis defendem, a troca de produção nuclear por renovável, que a Alemanha tem vontade de fazer, vai exigir um reforço profundo da rede eléctrica. É fácil de perceber porquê. A Alemanha pretende encerrar centrais nucleares localizadas nos arredores das suas cidades mais industrializadas e compensar com parques eólicos no Mar do Norte e parques solares na Grécia e no norte de África.