quarta-feira, 19 de outubro de 2011

As renováveis são caras?

As centrais nucleares são essenciais na competitividade da UE
É o que conclui um relatório da Comunidade Europeia sobre energia. Segundo as conclusões de um draft do estudo, que "escapou" inadvertidamente diz o Financial Times, os europeus podem esperar que o preço da electricidade suba nos próximos 20 anos em resultado da aposta nas renováveis. Acredito que a APREN fique estarrecida com estas "novidades" mas para ninguém minimamente informada/o constitui qualquer surpresa as fontes renováveis encarecerem a electricdade. Fico curioso para ver se vai haver consequências práticas deste relatório no prosseguimento da aposta renovável e consequente enfraquecimento económico da UE, ainda para mais quando se assiste à migração do poder económico e político para uma Ásia pró-nuclear.

O estudo, que será divulgado em Dezembro, construiu cinco cenário de mix energético e concluiu (realces meus):
The assessment shows what would happen to prices, costs and energy sources under five different scenarios to make the EU less dependent on conventional fossil fuels such as coal and gas, which now account for more than half the electricity generated in the bloc.
Of the five scenarios examined, the highest electricity prices are forecast in a “high renewables” scenario which envisages more supply of North Sea off-shore wind plus “significant” concentrated solar power – plants that concentrate the sun’s rays to produce steam and drive a turbine – and micro power generation from solar and wind.
Average electricity prices for households and businesses would rise “strongly up to 2020-2030” under all scenarios, the document says, and the highest prices would occur after 2030 if renewable sources of power, such as wind and solar, make up a large share of energy production. For example, average prices for households could jump by more than 100 per cent by 2050 if this were the case but only by 43 per cent under a scenario that assumed more nuclear power and carbon capture and storage were used.
The cheapest prices are predicted in a so-called “diversified supply” scenario, which assumes support for renewable energy but also acceptance of nuclear power and the commercial viability of carbon capture and storage. 
Mais claro não podia ser. O Carbon Capture and Storage (CCS), se vier a funcionar tecnicamente e for ambientalmente permitido, vai comprometer a competitividade económica das termoeléctricas (o relatório até fala em viabilidade). Fica implícito que a Europa, como qualquer região desenvolvida, não pode prescindir de energia atómica.
The report suggests this would be partly due to new infrastructure investments but it also appears to assume that conventional fuel plants would not run as much as they do now, meaning higher prices would have to be charged to cover initial investment costs.
Em Portugal este fenómeno motiva a existência de CMECs. O relatório europeu tem o bom senso de admitir que é por causa das renováveis que a produção termoeléctrica trabalha menos horas e por isso tem de ser paga para estar disponível. A APREN e a imprensa nacional pró-renovável acham que não.

1 comentário:

  1. Nos EUA o EPRI já tinha chegado à mesma óbvia conclusão há anos. Fiz eco disso há já mais de 2 anos, aqui:
    http://a-ciencia-nao-e-neutra.blogspot.com/2009/10/preco-da-energia-daqui-20-e-40-anos.html

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