segunda-feira, 26 de setembro de 2011

É a crise ou a verdade?

A Dinamarca é o paradigma da falência do modelo renovável para o sector energético. Tem a electricidade mais cara do mundo e uma das mais poluidoras da Europa. Não espanta quando ficamos a saber que à frente da Estratégia Energética Dinamarquesa 2050 está alguém como Katherine Richardson.

Em entrevista ao Expresso a dinamarquesa afirma que é a crise económica que tem feito com que o apoio público às teorias do aquecimento global tenha diminuído. Mas está errada, aquilo que mais tem provocado o fim desta crença quase religiosa é o trabalho de muitas pessoas na blogosfera e opiniões fundamentadas de muito cientistas que têm colocado a verdade científica à frente de objectivos menos nobres.

Em relação ao sector energético Katherine Richardson afirma que a sustentabilidade ambiental só será obtida com o abandono progressivo das fontes fósseis. Totalmente de acordo mas quando questionada como é que isso pode ser feito n caso dinamarquês responde
Tem de haver desincentivos ao investimento em infraestruturas relacionadas com os combustíveis fósseis e uma aposta forte no desenvolvimento de um sistema energético inteiramente novo, que não seja apenas a adaptação do sistema atual.
Em resumo, a responsável não tem noção de como isso é possível com a tecnologia actual. Com a tecnologia actual e excluindo a energia nuclear acrescento eu. O caso dinamarquês é particularmente difícil de resolver dado que o país aproveita as suas centrais termoeléctricas para gerar aquecimento central em cogeração. Ou seja, mesmo que a energia eólica fosse capaz de responder às necessidades de consumo eléctrico, o que está longe de acontecer, seria preciso redesenhar também o sistema comunitário de aquecimento. Uma tarefa que as centrais nucleares podem realizar perfeitamente. Mais, podem gerar electricidade para consumo doméstico e alimentação de baterias de carros eléctricos, produzir vapor para aquecimento e até hidrogénio para combustível automóvel se for essa a forma escolhida para substituir petróleo.

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